As moedas sociais são meios de pagamento não oficiais utilizados por um determinado grupo de pessoas, que visam fomentar a troca de bens ou serviços dentro de um conjunto limitado de agentes económicos. São uma ferramenta para o desenvolvimento económico local já que se pretende que a moeda possa circular o maior tempo possível dentro da comunidade, gerando um ciclo virtuoso. Existem várias formas de funcionamento, mas, na mais frequente, o consumidor troca a moeda corrente pela moeda social e obtém um desconto ao utilizar esse meio de pagamento dentro da comunidade. Ou seja, em vez de pagar 100 euros por um serviço na sua cidade, rua ou bairro, pagaria por exemplo 95 unidades da moeda social.
Historicamente, as moedas sociais surgiram como alternativa à troca directa, tentando organizá-la. Há registos de moedas sociais na antiga Babilónia (4000 A.C.), mas os exemplos são recorrentes e acompanham-nos até aos dias de hoje. O sucesso destes sistemas é significativo no Brasil, onde existem mais de 30 moedas locais, inclusivamente com notas próprias. Na União Europeia os números não são rigorosos, mas haverá mais de 60 moedas deste tipo a circular, muitas da quais na Alemanha. O caso de Wörgl, em 1932, é famoso pelo seu sucesso.
Os benefícios de ter um sistema de pagamentos autónomo são evidentes e levaram também à criação de outros instrumentos como os linden dollars do Second life, o e-gold ou até mesmo os "cheques-oferta" e descontos em cartão das grandes superfícies.
Perante um cenário de empobrecimento das cidades médias e de pequena dimensão em Portugal, talvez a criação de moedas sociais pudesse ser uma experiência válida a tentar. As economias locais poderiam ganhar algum dinamismo e os consumidores prefeririam adquirir bens e serviços na comunidade, com base em argumentos concretos como o preço e não tanto num vago "compre o que é nosso", cuja sustentabilidade é muito duvidosa.
Historicamente, as moedas sociais surgiram como alternativa à troca directa, tentando organizá-la. Há registos de moedas sociais na antiga Babilónia (4000 A.C.), mas os exemplos são recorrentes e acompanham-nos até aos dias de hoje. O sucesso destes sistemas é significativo no Brasil, onde existem mais de 30 moedas locais, inclusivamente com notas próprias. Na União Europeia os números não são rigorosos, mas haverá mais de 60 moedas deste tipo a circular, muitas da quais na Alemanha. O caso de Wörgl, em 1932, é famoso pelo seu sucesso.
Os benefícios de ter um sistema de pagamentos autónomo são evidentes e levaram também à criação de outros instrumentos como os linden dollars do Second life, o e-gold ou até mesmo os "cheques-oferta" e descontos em cartão das grandes superfícies.
Perante um cenário de empobrecimento das cidades médias e de pequena dimensão em Portugal, talvez a criação de moedas sociais pudesse ser uma experiência válida a tentar. As economias locais poderiam ganhar algum dinamismo e os consumidores prefeririam adquirir bens e serviços na comunidade, com base em argumentos concretos como o preço e não tanto num vago "compre o que é nosso", cuja sustentabilidade é muito duvidosa.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo publicado no Jornal Meia Hora em 2 de Julho de 2009
1 comentário:
Arriscaria a afirmação de que o cartão do Continente é já o cartão mais presente nas carteiras dos tuguitas.
Ah! E tanto quanto julgo saber, o "Compro o que é nosso" é tão sustentável, tão sustentável, que já foi substituído por um novo programa.
André Sousa
Enviar um comentário