O FMI está a sugerir aos países do leste europeu que adiram ao euro e abandonem as suas moedas locais, mesmo que não se juntem formalmente à zona euro numa primeira fase. A “euroização” [o termo é do FMI] permitiria aos países resolver grande parte dos seus problemas de acumulação de dívida em moeda estrangeira, promovendo estabilidade e restaurando a confiança. É evidente que colocar a Europa de leste no euro não é algo de simples. Muitas das críticas e vulnerabilidades da zona euro têm a ver com a falta de homogeneidade entre os países que a constituem, nomeadamente as grandes diferenças a nível de política fiscal, saldos orçamentais e de conta-corrente, desenvolvimento económico e falta de integração política. Se já na situação actual há problemas, imagine-se com a integração de mais países e nas condições actuais.
A sugestão do FMI tem alguma importância devido ao peso que a instituição ganhou nas últimas semanas, sobretudo após o G20 e insere-se num contexto de transformação que parece estar a vir ao de cima no mercado cambial. O mundo parece procurar alternativas ao dólar como divisa dominante a nível global. Não se tratará de simplesmente substituir a moeda americana, mas sim de tentar uma menor dependência a algo que possa suceder ao dólar. A crise financeira está a mostrar a exposição global à economia americana e o desconforto que dai resulta leva a que se busquem alternativas, no que a China e Rússia estão a ser precursoras.
A adopção do euro por países de leste parece-nos improvável, mas é sinal dos tempos e da vontade que existe em mudar de rumo. A prazo o dólar deverá perder terreno, à medida que as reservas forem transformadas. Um processo que demorará bastante tempo, mas que deverá ser suficiente para marcar a tendência de longo prazo na moeda.
George Soros deu esta semana uma entrevista prolongada à Reuters e também ele considera que o mundo teria a ganhar numa solução em que o dólar tivesse menos importância...
A sugestão do FMI tem alguma importância devido ao peso que a instituição ganhou nas últimas semanas, sobretudo após o G20 e insere-se num contexto de transformação que parece estar a vir ao de cima no mercado cambial. O mundo parece procurar alternativas ao dólar como divisa dominante a nível global. Não se tratará de simplesmente substituir a moeda americana, mas sim de tentar uma menor dependência a algo que possa suceder ao dólar. A crise financeira está a mostrar a exposição global à economia americana e o desconforto que dai resulta leva a que se busquem alternativas, no que a China e Rússia estão a ser precursoras.
A adopção do euro por países de leste parece-nos improvável, mas é sinal dos tempos e da vontade que existe em mudar de rumo. A prazo o dólar deverá perder terreno, à medida que as reservas forem transformadas. Um processo que demorará bastante tempo, mas que deverá ser suficiente para marcar a tendência de longo prazo na moeda.
George Soros deu esta semana uma entrevista prolongada à Reuters e também ele considera que o mundo teria a ganhar numa solução em que o dólar tivesse menos importância...
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
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