domingo, 11 de setembro de 2011

Consumo no Natal

Como será o o consumo neste final de ano, sobretudo no mês de Natal?
A tendência de quebra de consumo está a colocar algumas marcas em risco e os fundos que as suportam nem sempre têm oxigénio ou vontade para as sustentar. As empresas mais bem preparadas ajustaram stocks, cortaram custos e preparam-se para a travessia do deserto, procurando sair reforçadas da crise (ou será um novo e definitivo estado da economia?).
Neste cenário, o que se pode esperar do consumo este Natal, tendo em conta a menor disponibilidade financeira dos portugueses, sobretudo da classe média e média alta? Não há estudos que nos possam dar resposta a esta pergunta, porque é irrelevante saber o que as pessoas pensam fazer: elas não sabem. Também não há históricos que possam valer - não há memória de uma situação assim, especialmente se tivermos em conta o panorama de instabilidade internacional e inflação/taxas de juro desencorajantes. Farei aqui um exercício arriscado de adivinhação, com a lógica e bom senso como único suporte às minhas previsões pessoais…
Espera-se uma quebra ligeira no consumo de brinquedos, mais no valor das prendas do que na quantidade. Entre os que mantêm o emprego – ainda assim a esmagadora maioria – não se esperam alterações grandes, excepto talvez uma redução nas consolas de videojogos. Haverá também – como nos demais sectores – uma maior procura por promoções e poupança, pelo que se espera um estreitamento das margens para todos.
No vestuário e calçado, deverá existir uma quebra mais significativa, eventualmente de dois dígitos, tanto no infantil como nos adultos. Nos artigos de luxo, será o luxo acessível a brilhar nesta época. O sector alimentar terá uma quebra pouco significativa, quase irrelevante nos artigos de consumo da época, eventualmente maior nos gifts alimentares. Dramática será a situação no mercado imobiliário e de distribuição automóvel. Dramático ao ponto de mudar de forma definitiva os agentes que operam no mercado. Estes dois sectores podem no entanto ajudar os demais a sentir quebras menos relevantes. Pode ser que alguns portugueses, impossibilitados de realizarem investimentos em bens duradouros, não transitem os valores remanescentes inteiramente para poupança, vertendo uma parte para o grande consumo, minorando as perdas nesses sectores.
Onde não se esperam quebras é nos gadgets com grande aspiracional. iPads, smartphones e outros objectos de desejo serão os menos afectados pelas medidas decretadas …
Publicado na Hipersuper

1 comentário:

Pedro Sequeira disse...

aponta-se para um corte de 30% no stock de natal dos distribuidores de informática ...