sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Parvoíces



Uma canção aglutinou jovens adultos insatisfeitos, que preparam uma manifestação nacional.

Encorajo as manifestações de insatisfação, mas não aceito o argumento que ter estudado implica ter um emprego bem pago.

Antes de mais, uma licenciatura não garante competência profissional. Depois, há que entender que "ter um curso" já não é exclusivo, passando a ser quase "standard". O argumento revela uma filosofia de direitos adquiridos e não de mérito.

Finalmente, esta geração transpira egoísmo geracional, ignorando que os problemas económicos são ainda mais cruéis para os mais velhos, com menos hipóteses de reinserção laboral... e que se sacrificaram para os colocar a estudar.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 25 de Fevereiro de 2011


12 comentários:

Anónimo disse...

Bem haja os economistas que nos guiam e orientam com a sua interpretação simplificada do mundo!

Mas oh!

Não terá sido essa visão simplificada, ou (atrever-me-ia a dizer) simplista do mundo que nos guiou ... para crise ... digo ..."problemas económicos"?

Talvez não !
Mas eu também não percebo nada ... eu apenas tal como outros "transpiro egoísmo geracional"... apesar de já não pertencer ao grupo de jovens adultos!

Anónimo disse...

O seu artigo no metro deixou-me cheio de raiva porque transpira ignorância arrogância e prepotência.
Curiosamente são estes os atributos dos políticos PS-PSD que dominam em Portugal.
Você faz a mínima ideia do que está a dizer? Não.
Sou estudante de doutoramento, tirei o meu curso e trabalhei ao mesmo tempo, em todas as áreas profissionais, desde a do meu curso, até em fábricas, empresas públicas e privadas. Sou cientista mas sei um pouco de tudo. O suficiente para ser muito bom em variadissimas actividades. Falo 5 linguas. Tenho qualificações nas mais variadíssimas áreas e no entanto nem um subsídio de férias ou 13º mês.
Você a mim cheira-me a um daqueles meninos do sistema a quem a vidinha foi sempre fácil e não se tiveram que se esforçar por nada. Por isso é que a sua visão reflecte o medo do fim dos seus privilégios. É isto que esta geração pretende, o fim dos privilégipos dos incompetentes e dos parasitas, como são os políticos, pricnipalmente aqueles que governam. Não me identifico com músicas que não ouvi, nem com facebook porque não tenho lá conta. Mas sei da manifestação e lá estarei para contribuir para uma mudança bem necessária.
Você deixe de escrever porque não tem ideias nem qualidades para isso. A sua escrita é uma afronta aos milhares que se esforçaram e esforçam diáriamente apenas para se verem governados por primeiros ministros que tiraram o curso ao domingo. Fala-me dos mais velhos? Eles estão connosco! Pelo menos aqueles que estão lúcidos e não pertencem aos grupos de parasitas priveligiados que oprimem este país.
Temos que olhar para o futuro!
Temos que valorizar o conhecimento e a educação!
O seu texto tresanda a quem estudou pouco e quer estar acima de outros que se esforçaram mais e por isso têm mais competências que você.
Mérito? Ainda em 2010 ganhei 1º prémio na apresentação que fiz num congresso nacional.
2010 ano em que nasceu a minha filha fui operado à garganta e estive presente em três congressos (um deles com dois trabalhos).
Que sabe você de mérito ou trabalho ou sacrifício? Pouco, pelo teor daquilo que escreve.
Quando uma pessoa tem realmente qualidades não é arrogante ao criticar os outros, pensa bem no que vai dizer.
É a sua forma de pensar, idêntica à dos políticos PS-PSD que governam este país que nos levou à situação miserável em que nos encontramos.
São apenas sofistas que pretendem manipular o povo, tal como manipulam as palavras e conceitos.
Falam, mas acção, trabalho - nada.
Quando fazem só estragam o que estava bem.
Não foi uma canção que aglutinou ninguém. Foi a merda em que este país se tornou.
Precisamos de revolução.
Precisamos mudança.
Precisamos justiça e segurança.
Abaixo a imoralidade.
Abaixo a tibieza.
Abaixo a corrupção.
Abaixo a exploração.
Abaixo o regime PS-PSD.
Abaixo a ditadura da ignorância.
Morte aos que roubam o país.

decormur disse...

Boa. Quem fala assim não é gago...mas..cuidado com as revoluções....eu já vivi duas e o que deu? As intenções dos revolucionarios são boas, mas passado pouco tempo a poeira assenta e aparecem os tubarões e....comem tudo. Em Junho de 1968 estava em Paris...foi lindo..formidável...conheci pessoalmente o Choen. E o que é ele agora? Um burguês sentado no parlamento europeu.
O mal disto tudo é o EQUIVOCO, que ninguém vê. Se se acabar com o EQUIVOCO muda-se o Mundo.

decormur disse...

Para o Srº economista que esvreveu o artigo...tenho a dizer que a causa destes tremores todos é o sistema economico em que vivemos, que é baseado num EQUIVOCO. Enquanto este não for resolvido nunca mais sairemos destas situações.
A economia não é uma ciência..engana-se hoje menos a meteorologia que a Economia.

Anónimo disse...

fascista!

JFR disse...

Parabéns!

Curto, grosso e certeiro. Infelizmente, alguns dos comentários só comprovam o que diz.

José Rocha

Monica Quinta disse...

Mudança, sim. Cada vez mais é a "única constante da vida".
A começar pelas competências e valores trabalhadas pelo Ensino em Portugal.
Com um observatório e uma rede colaborativa (escolas, empresas, ...) que em contínuo estudassem tendências e ajustassem oferta à procura, talvez fizesse com que academia fosse sinal de empregabilidade. Até lá, há de tudo, e excepções.

Uma coisa dou como certa, visão de longo prazo, com energia, ambição, disciplina, criando e inovando, à mistura com integridade, é potencialmente um cocktail de sucesso, com ou sem percurso académico.

Pedro Barbosa disse...

O artigo está excelente e revela frescura de mente. Uma frescura de mente que talvez só possa ter quem não está em nenhumm dos grupos mencionados, e é portanto mais neutro.

Por outro lado destaco a confusão que se faz muitas vezes entre esforço e resuiltados. Been there, done that. O esforço é muito bonito, mas pode não levar a lado nenhum. Esta sem conferencias, fazer apresentações, ganhar prémios, estudar muito, é tudo bom SINAL. Mas não é um BOM RESULTADO.

O paóis vive de resultados, de criação, de valor.

É isso que faz falta.

Duarte Costa disse...

Caro Filipe,
concordo totalmente com o seu artigo. De forma a não me alongar muito, reforço a sua ideia de que uma licenciatura não é sinónimo de competência, em Portugal muito menos. Quanto aos que aqui reclamam que não gostam da sua situação, (mas fazem e acontecem e ganham isto ou aquilo), só vejo gritos e apelos à revolução, quanto a acções concretas nada mais vi do que autopromoção. Ser impulsionador de mudança no dia a dia, começar por coisa simples... Claro que deve ser difícil para essas pessoas que o acusam de ser simplista, que DizeM querer mudar tudo e todos, mas não entendem o SimpleS funcionamento "dos básicos" da situação portuguesa. Um dos problemas de Portugal são sem dúvida os portugueses. exemplo? SimpleS mais uma vez. Insultam e criticam quem dá a cara e escreve, contudo fazem-no de forma anónima. sem comentários... O que faço eu para mudar este tipo de problema? Sou, por exemplo, simplesmente educado (valor em muita falta nos tempos que correm) e respondo e dou a cara pelas minhas acções...

Victor disse...

É pena que alguém se esconda atrás do anonimato para vir com conversa tipo esclarecida, mas que não passam de palavras de ordem por nós conhecidas.
Para já o encontro do próximo dia 13 de Março não está politizada por nenhum dos partidos, espero eu, assim como não está politizado o artigo do Filipe, que por ser frio e se concentrar no essencial, pode magoar almas sensiveis, mas economicamente este artigo está correcto.
Parabéns Filipe és coerente e isso eu gosto, no entanto eu vou estar no encontro pelo menos com o espirito de ajudar a acabar com a porcaria que existe neste Pais.
Abraço
Victor J
No entanto eu vou estar

decormur disse...

Srº Vitor J,
onde é a manifestação?
Eu também quero ir.

E não tenha medo de ser conhecido.
Anónimo não prfesta.....

Cumprimentos

Pedro Sequeira disse...

Não gastem as energias todas na manifestação. Há muito trabalho pela frente !
Filipe, não posso estar mais de acordo. Trabalha-se pouco e mal. Não sou eu que o digo ! São os resultados do país, de todos nós afinal.
Temos que ser mais produtivos, trabalhar mais, não pensar se vamos receber o 13 e 14º mês mas pensar antes como merecer para receber esse extra, e falar menos o que fizemos e mostrar mais os resultados que obtivemos.