terça-feira, 12 de outubro de 2010

InGestão Pública

O Banco de Portugal veio culpar a função pública pela fraca produtividade do país, essencialmente porque “ganham demais para o que produzem”. Na minha opinião, eles não ganham demais, produzem é de menos, porque são em número excessivo, culpa alheia aos mesmos. A sua produtividade é baixa porque o modelo de sistema de incentivos é para lá de mau: é péssimo.
No PEC3, cortam-se os prémios e as promoções, conseguindo-se assim piorar ainda mais a produtividade: face ao desespero do curto prazo comprometeu-se o longo, dando o pior exemplo de gestão possível.

5 comentários:

Anónimo disse...

O Banco de Portugal é o melhor exemplo de uma entidade " onde se ganha demais para o que se produz "!
Os administradores auferem dos mais elevados salários, no final dos respectivos mandatos são contemplados com elevadas reformas, os assessores e consultores são inúmeros...

Nos últimos anos, a regulação e supervisão do sistema bancário foram tão bem desempenhados que os resultados estão bem à vista!!!

JFR disse...

Estou de acordo com quase todo o conteúdo do post.

O quase, advém de considerar que não existe um sistema de incentivos. Logo, o que não existe não pode ser péssimo.

E não existe tal sistema porque não existem objectivos individuais claros, explícitos, mensuráveis e calendarizados os quais são indispensáveis para efectuar a avaliação de desempenho e, assim, medir os acréscimos de produtividade, entendendo esta como fazer mais e melhor.

Então, não podem existir prémios e promoções indexados ao cumprimento dos mesmos.
Daí não me parecer que o seu congelamento piore a produtividade. Apenas o rendimento esperado por cada um.

Um abraço
José Rocha

Pedro Barbosa disse...

Olá,

Obrigado pelas respostas. bem vista a questão do BdP.

José Rocha, o que diz é verdade ,, nmas nao em toda a função publica. Apesar de tudo, existem já programas de incentivos e estimulods em alguns institutos e organismos pulicos, com sistemas mais ou menos avançados de gestão de pessoas...

Anónimo disse...

Que incentivo, que motivação, pode sentir um trabalhador da Caixa Geral de Depósitos que tem um salário mensal de 800 €, perante a perspectiva de, nos próximos anos, não ter progressão na carreira, não ter um eventual prémio por comprovado bom desempenho profissional e ainda, ver a diminuição de 50 ou 60 € no seu salário???
Onde está a legitimidade que permita exigir mais produtividade nestas circunstancias?
É evidente que a produtividade cairá!
Infelizmente!

Pedro Sequeira disse...

Na verdade, o problema é que vamos ter que trabalhar mais e com uma perspectiva de não obter prémios anuais nos próximos anos, na privada e na pública. Os incentivos irão continuar a existir, em função do mérito e não em função de meras progressões de carreira. Isso sim, tem que acabar, seja na CGD, seja em outro lado qualquer. Simplesmente porque não é justo e, mais simples ainda, não há dinheiro. E relativamente aos prémios dos Administradores e Altos Quadros, terá que haver obviamente bom senso, mas temos que aceitar que em qualquer empresa há sempre cerca de 15% de colaboradores que são imprescindíveis ao seu desenvolvimento sustentado. São talentos e que tem que ser bem pagos. E os outros, têm sempre a possibilidade de ambicionar chegar tão alto quanto eles, só têm que estudar, trabalhar, ter sucesso e, claro, uma pontinha de sorte. Os 800 euros mencionados são baixos, apesar de depender da perspectiva isto é, função e idade da pessoa, mas o que mais me preocupa, é que há economistas de reconhecida credibilidade que afirmam, que os cortes nos vencimentos deveriam ser muito superiores. Isso sim, é que me preocupa enquanto cidadão deste país. Enquanto for 50 euros a menos estamos "safos".