A globalização dos mercados e os avanços na área das novas tecnologias de informação, aliados à necessidade de conjugar flexibilidade estratégica com custos baixos, têm implicações significativas no modo de gerir as organizações.
Assim, depois de nos anos 60 o sucesso empresarial ter sido sinónimo de grande dimensão, depois de, na sequência dos choques petrolíferos, o small is beautiful se ter tornado quase que um paradigma, a virtualização das organizações tem sido uma das grandes respostas aos desafios do mundo actual.
Com efeito, um número crescente de empresas apresenta estruturas organizacionais que têm muito pouco a ver com as tradicionalmente divulgadas pelos manuais de gestão e administração. Empresas como a Toyota, a Hugo Boss e a IKEA, centrando a sua actividade em core competences, têm vindo a apostar em estratégias de desintegração vertical assentes em redes de unidades económicas interligadas por interesses comuns e por uma forte coordenação de actividades.
Estes casos ilustram a alteração profunda no modo de gerir a cadeia de valor. Com efeito, as unidades económicas envolvidas na rede (sejam elas clientes, fornecedores ou mesmo concorrentes) tendem a ser encaradas como parceiros no negócio.
Tratando-se de verdadeiras constelações de empresas, as redes são estruturas organizacionais de base modular que visam tornar as entidades nelas envolvidas não só mais eficazes no aproveitamento de oportunidades de mercado e no modo como lidam com eventuais ameaças, mas também mais eficientes na utilização dos recursos.
Carlos Brito
Professor da Faculdade de Economia do Porto
2 comentários:
O artigo está muito interessante e actual, porquanto esta tendência se centra ainda num conjunto muito restringido de empresas e em alguns sectores de mercado.
Repare-se como a Amazon deixou de ser especialista em fornecer livros para se especializar na gestão de redes de clientes, quando começou a diversificar gamas de produtos primeiro e a incorporar vendas dos seus concorrentes depois.
Hoje, pode-se comprar na Amazon livros de centenas de diferentes fornecedores de livros, concorrentes do modelo original da Amazon, e provavelmnete o valor acrescentado total é superior e cria-se uma proposta de valor para o cliente superior para o mesmo valor investido, aumentando o ROI de todos.
é bem verdade, é a grande 'nova tendência'
outro caso +/- conhecido na internet que está a fazer o mesmo é a pixmania
penso ainda que o acordo entre a htc, a deutsche telekom e a google em torno de um novo telefone movel também corresponde um pouco a este principio
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