segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Redes de Empresas na Economia Global

A globalização dos mercados e os avanços na área das novas tecnologias de informação, aliados à necessidade de conjugar flexibilidade estratégica com custos baixos, têm implicações significativas no modo de gerir as organizações. Assim, depois de nos anos 60 o sucesso empresarial ter sido sinónimo de grande dimensão, depois de, na sequência dos choques petrolíferos, o small is beautiful se ter tornado quase que um paradigma, a virtualização das organizações tem sido uma das grandes respostas aos desafios do mundo actual. Com efeito, um número crescente de empresas apresenta estruturas organizacionais que têm muito pouco a ver com as tradicionalmente divulgadas pelos manuais de gestão e administração. Empresas como a Toyota, a Hugo Boss e a IKEA, centrando a sua actividade em core competences, têm vindo a apostar em estratégias de desintegração vertical assentes em redes de unidades económicas interligadas por interesses comuns e por uma forte coordenação de actividades. Estes casos ilustram a alteração profunda no modo de gerir a cadeia de valor. Com efeito, as unidades económicas envolvidas na rede (sejam elas clientes, fornecedores ou mesmo concorrentes) tendem a ser encaradas como parceiros no negócio. Tratando-se de verdadeiras constelações de empresas, as redes são estruturas organizacionais de base modular que visam tornar as entidades nelas envolvidas não só mais eficazes no aproveitamento de oportunidades de mercado e no modo como lidam com eventuais ameaças, mas também mais eficientes na utilização dos recursos. Carlos Brito Professor da Faculdade de Economia do Porto

2 comentários:

Pedro Barbosa disse...

O artigo está muito interessante e actual, porquanto esta tendência se centra ainda num conjunto muito restringido de empresas e em alguns sectores de mercado.

Repare-se como a Amazon deixou de ser especialista em fornecer livros para se especializar na gestão de redes de clientes, quando começou a diversificar gamas de produtos primeiro e a incorporar vendas dos seus concorrentes depois.

Hoje, pode-se comprar na Amazon livros de centenas de diferentes fornecedores de livros, concorrentes do modelo original da Amazon, e provavelmnete o valor acrescentado total é superior e cria-se uma proposta de valor para o cliente superior para o mesmo valor investido, aumentando o ROI de todos.

Ulf disse...

é bem verdade, é a grande 'nova tendência'

outro caso +/- conhecido na internet que está a fazer o mesmo é a pixmania

penso ainda que o acordo entre a htc, a deutsche telekom e a google em torno de um novo telefone movel também corresponde um pouco a este principio