terça-feira, 27 de julho de 2010

A Lei é para cumprir



Quando a lei "anti-tabaco" entrou em vigor em Portugal, a qualidade de vida melhorou. Voltou a ser possível frequentar locais públicos sem que o nocivo, incómodo e incivilizado fumo estivesse presente.

Os fumadores teriam os seus espaços próprios, não se tratando de uma discriminação, mas de um auto-afastamento. Mas já se nota o tradicional laxismo português e, sobretudo à noite, proliferam os maus exemplos onde a lei não é cumprida. Voltou o "castigo" aos não-fumadores, em vez de serem penalizados os que não cumprem a lei.

Num "país a sério" as leis são respeitadas. E se não o forem, as autoridades têm o dever de actuar.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 27 de Julho de 2010, pág 7


segunda-feira, 26 de julho de 2010

África, Terra de Oportunidades

A crise veio clarificar as oportunidades de desenvolvimento económico para Portugal. Confirmou a exportação como principal caminho para a criação de riqueza e relevou África como Terra de Oportunidades. Entre a adesão à União Europeia e a crise, o País privilegiou as ligações à Europa e seus subsídios. Com a crise a afectar também a Europa, África ressurgiu. Hoje, como no passado, quem não tem um amigo a trabalhar em África? é nestes países que muitos portugueses vencem o desemprego. António Jorge Marketeer e Docente Universitário Publicado no Jornal Metro de 22Jun10

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mau Exemplo

Os Governos têm a obrigação moral de ser sempre o primeiro exemplo nas respectivas economias. Baixar os impostos e aumentá-los e de seguida não é coerente. Isentar SCUTs e depois de se fixarem novas migrações internas baseadas nessas decisões, decidir taxá-las não é responsável. Decidir pela cobrança em algumas SCUTs e outras não é uma descriminação vergonhosa.
Ser incapaz de executar a taxação é uma anedota trágica. Subsidiar a natalidade para depois a cancelar não é pois uma excepção, mas a continuidade do mau exemplo do Estado Português.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A crise não é para todos



A previsão mais recente do Banco de Portugal aponta para uma redução de 0.9% do consumo privado em 2011.

Caso venha a concretizar-se, esta previsão significa mais dificuldades para as empresas, que terão serão confrontadas com uma redução da procura.

Contudo, o mesmo relatório desagrega o consumo privado em bens duradouros e não duradouros. Os primeiros deverão recuar 12% no ano que vem, mas o consumo de bens não duradouros ainda crescerá 0.2%. Com as exportações líquidas a crescer 3.7% no mesmo período, percebe-se que há empresas melhor posicionadas que outras para atravessar a crise.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 16 de Julho de 2010


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Curto-circuito

Para lá das imposições e com algum custo, vamos percebendo que uma consolidação orçamental séria implica reduzir funcionários e privatizar alguns serviços, procurando eficiência na "coisa pública" numa nova noção de Estado.
Infelizmente, estas opções entram em curto-circuito na nossa jovem democracia: como é preciso alterar privilégios instalados na função e serviços públicos, mas não se ganham eleições sem esta significativa franja de eleitores, não conseguimos levá-las a cabo, deixando engordar o "monstro".
Estamos no momento da verdade: temos País à altura desta vital reforma?
Artigo publicado no Jornal METRO em 14-Jul-2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

PuraMente #46 - The Art of Asking

Nome: The Art of Asking

Autor: Terry Fadem

Data Original: Dezembro 2008

Frase: " Ask Better Questions, Get better Answers”"

Keywords: ask; question; leadership, information; answer;

Apreciação: ***

Terry Fadem escolheu como tema um cliché altamente relevante para a gestão, sem prejuízo de outros. É fazendo perguntas que se obtém respostas, e é com estas que, contrastanto com a informação já disponível, se evolui. Frequentemente, factores sociais limitam os adultos de realizar as questões certas nos momentos chave, condicionando a aprendizagem e a procura de uma solução realmente melhor – é pela falta destes factores sociais que as crianças aprendem de forma mais célere e eficaz.

O livro aborda este tema de uma forma séria e profissional, esclarecendo que, para lá da atitude – ter a coragem de fazer as necessárias perguntas em ambientes onde estas não são sempre fáceis – é necessário ter consciência da importância de fazer as perguntas certas, as que aumentam a probabilidade de acrescentar informação marginal relevante.

O autor fornece um framework baseado num conjunto de técnicas e regras que procuram conduzir gestores num caminho de eficácia, dando particular importância a saber ouvir. As técnicas exploram igualmente a forma como as questões são realizadas, em particular a linguagem não verbal. O autor propõe um modelo assertivo, em que as questões mais difíceis e relevantes são colocadas sem rodeios, nos momentos indicados, sem nunca as adiar.

O livro supera as expectativas iniciais na segunda parte, que se concentra em explicar como é possível maximizar as possibilidades de obtenção das respostas desejadas, um complemento aos conteúdos sobre perguntas e sobre as técnicas para saber ouvir.

Esta obra nem sempre facilita a tarefa dos leitores pela sua escrita cinzenta e compacta, compensado por um alargado e interessante conjunto de exemplos com potencial de aplicabilidade. Trata-se de um livro recomendável para gestores e empresários, obrigatório na área da Gestão de Pessoas.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Já não chega

Quem passar os olhos nos suplementos de emprego dos jornais portugueses verificará pelo menos duas coisas: a oferta educativa continua a ser cada vez maior e as instituições de ensino superior estão a dramatizar a necessidade de se fazer o 2º ciclo. Tal facto não deve surpreender, visto que a competitividade no mercado de trabalho aumenta em cada dia, e começa hoje a estar claro que, enquanto os mais seniores se devem dedicar à formação contínua ao longo da carreira, os mais júniores deparam-se com uma nova realidade: uma licenciatura já não chega.

Tendências em Vigor



As grandes alterações raramente se notam no dia-a-dia. Convivemos com a mudança, mas temos dificuldades em mudar de paradigma.

Neste momento detectam-se três grandes tendências a nível global:
1. Desalavancagem: processo pelo qual se reduz o excesso de endividamento de países, bancos, empresas e famílias.
2. Nivelamento: tendência de aproximação entre as várias zonas do globo. Não só a nível económico, mas também nos direitos, gostos e protecção. Uns avançam e outros recuam.
3. Regulação: cada vez maior intervenção do Estado na vida dos cidadãos, empresas e economia em geral. Provocada pelo medo da mudança, pressão social e necessidade de receitas.

(Baseado no relatório bimestral IMF que pode ser consultado AQUI)

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 7 de Julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Desincentivar o trabalho



Recentemente o Estado adoptou, e bem, medidas para desincentivar a permanência no subsídio de desemprego, fomentando a procura de um posto de trabalho.

A decisão de cobrar portagens em vias de comunicação sem alternativas - em vários casos construídas onde antes se situavam as vias de comunicação originais - contribui para que volte a valer a pena ficar em casa.

Muitos portugueses foram empurrados para a periferia ou escolheram o local para viver no pressuposto de ter acessibilidades sem custos para o utilizador. Agora, simplesmente deixa de compensar continuar a trabalhar ou procurar um novo emprego.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 6 de Julho de 2010


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Redescobrir o cliente



Uma das externalidades positivas da actual crise reside na maior preocupação com a qualidade dos balanços das instituições financeiras. A sustentabilidade dos bancos passou a ser uma preocupação de topo, também reforçada pelos sistemas de regulação e acordos de Basileia, num processo que só agora está a começar.

[Nesse contexto, é interessante que o mercado comece a prestar atenção a rácios como o créditos/depósitos, até porque com Basileia III a caminho, as instituições financeiras terão de se adaptar rapidamente para não serem obrigadas a capitalizar-se de forma abrupta, ou a encolher o seu negócio.]

É de louvar que surja o interesse em saber o grau de alavancagem dos bancos, os riscos em que incorrem e os meios de financiamento. O processo de desalavancagem da economia ocidental está em curso e tudo o que puder ser feito para evitar que o balão "estoure", em vez de esvaziar lentamente, será bem vindo.

Com o mercado monetário paralisado e com a "nova" concorrência do Estado na captação de poupança, os bancos despertam para a necessidade de se financiarem nos clientes. Note-se que a total dependência da banca face aos depositantes também não seria desejável, dado o carácter potencialmente volátil do comportamento dos clientes. Mas os números sugerem que esse risco não existe. Pelo contrário, os bancos portugueses estão dependentes do financiamento externo, o que actualmente é arriscado e caro.

Por outro lado, atrair depósitos ajuda no envolvimento do cliente com o banco, numa estratégia integrada de marketing que vai além da mera e dispendiosa sucessão de promoções publicitárias.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo a publicar no Diário Económico em 5 de Julho de 2010 (pág. 29)


sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ladrão que rouba Ladrão...



O Estado deve ser um exemplo de conduta ética.
Com o objectivo de pressionar contribuintes em evasão fiscal, o Estado português, a exemplo de outros na Europa, prepara-se para comprar listas de clientes que foram roubadas de um banco suíço. Retirar vantagens a partir de informação roubada é dar um mau exemplo aos portugueses.
O crime de receptação - obter vantagens com base em algo que foi obtido ilicitamente - está previsto no artigo 231º do Código Civil português.
Em democracia os fins não podem justificar os meios.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 2 de Julho de 2010


Just a Game?

O Mundial de Futebol foi o motivo para, pela primeira vez, a TV Norte Coreana transmitir em directo um evento à escala global para os seus cidadãos. O governo francês perante o descalabro que foi a participação da sua selecção viu-se obrigado a intervir directamente no assunto buscando justificações para o sucedido. Em sentido contrário o primeiro ministro Neo Zelandêz prometeu receber os seus jogadores como heróis dada a excelente prestação dos All White. Será o futebol apenas um jogo?

Pedro Tuna

Administrador da RoomDimensions - Soluções Tecnológicas para Salas de Controlo