sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ladrão que rouba Ladrão...



O Estado deve ser um exemplo de conduta ética.
Com o objectivo de pressionar contribuintes em evasão fiscal, o Estado português, a exemplo de outros na Europa, prepara-se para comprar listas de clientes que foram roubadas de um banco suíço. Retirar vantagens a partir de informação roubada é dar um mau exemplo aos portugueses.
O crime de receptação - obter vantagens com base em algo que foi obtido ilicitamente - está previsto no artigo 231º do Código Civil português.
Em democracia os fins não podem justificar os meios.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 2 de Julho de 2010


2 comentários:

Jose Simoes disse...

E além disso tem um conduta esbanjadora.

Essa lista já anda pela Internet à borla, mas imagino que o "estado" pagou um balúrdio.

E já agora se a polícia captura um fora da lei com uma agenda que ele roubou a um concorrente com informação sobre os negócios, a lei não pode usar essa informação?

De qualquer modo a Suiça, os bancos e os seus clientes, podem processar o estado português. Estou certo que o vão fazer. Têm razões éticas e legais para o fazer, como diz o artigo. Como poderão hesitar?

José Simões

Ulf disse...

e aqui está o desenvolvimento!
http://www.aolnews.com/world/article/swiss-outraged-as-german-chancellor-angela-merkel-buys-stolen-bank-data/19341811