quinta-feira, 21 de junho de 2012

Discussões Privadas


O crescimento dos grupos de discussão, sobretudo no Facebook e Linkedin, altera substancialmente a difusão de informação na internet. Até agora, grande parte do debate entre internautas acontecia de forma aberta, nomeadamente através de fóruns e blogues. As conversas podiam ser pesquisáveis posteriormente, aproveitando-se os conteúdos gerados, de que todos poderiam beneficiar. Foi assim que muitos se informaram sobre saúde, destinos turísticos, produtos e muitos outros temas.

Com os “grupos”, os conteúdos não ficam disponíveis para todos. A discussão é privada, o que tem algumas vantagens, mas toda a troca de informação fica escondida... e desperdiçada.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 21 de Junho de 2012



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Maus Ventos


Espanha colocou ontem dívida de curto prazo acima de 5%, acima do que paga Portugal. As taxas a 10 anos já estão bem acima de 7%, nível que é considerado “crítico” e cujo nosso país nem chegou a pagar, solicitando previamente uma ajuda financeira internacional.

Mesmo que não tenha as características de um “resgate” clássico, Espanha deverá necessitar de mais assistência em breve, associada a um plano de austeridade.

A economia portuguesa tem no seu vizinho o principal cliente (24% de todas as exportações). Se a procura interna cair em Espanha como aconteceu por cá, os efeitos em Portugal serão relevantes..

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 20 de Junho de 2012



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Nuestros Hermanos


Com um plano de resgate anunciado (e outro provavelmente a caminho), Espanha depara-se finalmente com a fria realidade do sobreendividamento. Lá, tal como cá, muito do crescimento resultou do dinheiro que foi injectado na economia a partir de dívida bancária. Em Espanha a bolha imobiliária, mais duradoura do que em Portugal, apenas piorou o cenário.

Não há inocentes neste caso: bancos, governos, empresas e famílias, todos tentaram tirar partido do festim de dinheiro fresco e foi bom enquanto durou. Nos dois países, a crise de 2008 poderá ter precipitado os acontecimentos, mas apenas os antecipou.

Na Ibéria estamos todos juntos. Mais uma vez.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 15 de Junho de 2012