quarta-feira, 23 de março de 2011

"Li no Facebook!"



Temos assistido a uma alteração dramática na disseminação das notícias. Antes, circulavam pelos canais tradicionais como jornais, rádio ou televisão. Mais tarde, com a democratização da internet, as notícias começaram a aparecer primeiro na versão online desses media.

Mas hoje, verifica-se que grande parte das notícias, sobretudo as mais importantes, são primeiro difundidas nas redes sociais com o Twitter ou Facebook. Mesmo assim, os media tradicionais não perdem valor nesta nova realidade. Cabe-lhes validar a informação obtida nas redes sociais, bem como agregar, investigar e aprofundar.

Ficamos a saber de algo quando lemos no Facebook, mas só damos real valor após a credibilização conferida pelos dos meios tradicionais.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 23 de Março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Seth Godin



Seth Godin é um autor americano cujo blog vale a pena seguir diariamente. Todos os dias há textos excelentes, quase sempre curtos, sobre negócios, empresas, mercados ou pessoas.

Há dias, Godin falava do "Processo de duas etapas". Segundo ele, numa primeira fase devemos equacionar tudo, explorar, especular e procurar ainda mais; depois, de forma implacável, há que rejeitar, eliminar e escolher. Ao escolher, não se volta ao primeiro passo. Escolher é um compromisso que deve ter consequências.

Estas regras aplicam-se a quase tudo, mas há muita confusão entre estes dois passos. No primeiro, normalmente não se é suficientemente ambicioso. E no segundo é comum haver hesitações e recuos.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 16 de Março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

O Estado da Europa

As recentes medidas do PEC 4 do Governo português, visam reforçar o compromisso junto dos mercados e das Instituições Europeias, com os quais estamos obrigados a cumprir as metas orçamentais estabelecidas para os próximos três anos.

A crueldade das medidas, em que os mais desprotegidos são os mais afectados, veio colocar a nu a forma cega e fria de como alguns Decisores não olham a meios para atingir os fins.

A situação e a decisão tomada é muito grave. Mas muito mais grave do que isso, são os comentários dos responsáveis máximos desta “nossa” Europa, que de forma surpreendente e unanime, vieram prontamente declarar que as medidas escolhidas são as mais acertadas, são as mais justas e são aquelas que colocam o país no caminho certo.

Com este tipo de responsáveis, nunca teremos uma Europa Unida, tanto em termos políticos, como consequentemente em termos de mercado.

sábado, 12 de março de 2011

Avaliar os Intangíveis

No final, o que verdadeiramente conta para um Analista é medir o resultado alcançado. Mas um Gestor não pode medir apenas uma parte da história.
É preciso ir influenciando os inputs das Equipas que levam a esses resultados, medindo as coisas que realmente contribuem para as receitas, verificando se estão correlaccionadas com os objectivos definidos, avaliando e adaptando o "jogo" a novas adversidades, garantindo que os resultados estão alinhados com o caminho preconizado.
Se monitorizarmos todos estes factores, saberemos sempre quando alguma coisa está errada, antes que esta fique espelhada no resultado final.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Mais do que Remessas

Comunidades portuguesas, Fonte: MNE.
Partindo de 5 milhões de emigrantes, percebemos que 1/3 dos portugueses se encontra espalhado pelos 4 cantos do Mundo.
Estes e outros números (remessas de 2,4 mil milhões de euros em 2010) são apenas uma parte da força da diáspora.
Acrescida por nova vaga de emigração, a oportunidade torna-se mais evidente: com portugueses de sucesso nas mais diversas geografias, encontramos verdadeiros facilitadores capazes de apoiar a difícil tarefa de internacionalização das empresas portuguesas, sobretudo as de menor dimensão.
É uma rede poderosa que deve ser convenientemente valorizada, e que seria sensato não desperdiçar!
Publicado no Jornal METRO em 10-Mar-2011.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Aprender com Fleming



No final dos anos 20, Alexander Fleming descobriu a penicilina. Reza a História que decidiu não patentear a descoberta, pois achava que facilitaria a difusão de algo que poderia tratar muitas infecções. Não só se tratou de uma atitude altruísta, como revelou um grande afecto para com a sua descoberta, desejando que fosse utilizada o mais amplamente possível.

Isto a propósito da tendência para proteger demasiadamente as criações e as descobertas. Lamento quem receia partilhar o conhecimento, a produção artística ou técnica de uma forma egoísta e com a avidez de rentabilizar trabalho, momentos de inspiração ou até de sorte. Além de colocarem barreiras ao progresso ou à fruição, denotam enorme insegurança na capacidade de continuarem um passo à frente dos demais.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 3 de Março de 2011

quarta-feira, 2 de março de 2011

Em tempos de revolução, a União faz a Força

O crédito continua escasso e a retrair o investimento das empresas portuguesas, principalmente das que têm uma vertente exportadora e que competem com outras companhias no exterior que não lutam com a mesma dificuldade.

O problema é grave. Não garantindo crédito de médio e longo prazo para o investimento no desenvolvimento de novos produtos, aquisição de equipamentos novos, etc, as empresas tornam-se obsoletas, logo menos competitivas.

É pena só ser a médio prazo, mas a cultura de junção de esforços entre as empresas nacionais acabará por vingar, seja por via de fusões proactivas, seja através de incentivos em programas especiais para esses fins, e irão garantir a obtenção de verdadeiras sinergias, permitindo continuar a vencer os mais “fortes” em algumas áreas.