Quem passar os olhos nos suplementos de emprego dos jornais portugueses verificará pelo menos duas coisas: a oferta educativa continua a ser cada vez maior e as instituições de ensino superior estão a dramatizar a necessidade de se fazer o 2º ciclo.
Tal facto não deve surpreender, visto que a competitividade no mercado de trabalho aumenta em cada dia, e começa hoje a estar claro que, enquanto os mais seniores se devem dedicar à formação contínua ao longo da carreira, os mais júniores deparam-se com uma nova realidade: uma licenciatura já não chega.
2 comentários:
Isto não é nada novo.
Aqui à poucos anos existiu uma reforma na língua (bem ao estilo da novalíngua).
Bacharerlato passou a chamar-se licenciatura.
Licenciatura passou a chamar-se mestrado.
Mestrado chama-se agora doutoramento.
Como tal a frase "o bacharelato já não chega", que toda a gente conhecia (quantos diplomas de bacharelato terão sido passados? Muito próximo de zero, não conheço ninguém que tenha um) passou a escrever-se "a licenciatura já não chega".
Na realidade nada mudou a não ser a quase inócula reforma semântica. Usada pelo estado para extorquir mais uns cobres aos estudantes.
E para permitir a alguns carreiristas fazer uns discursos completamente vazios de utilidade e mesmo de conteúdo sobre os "grandes passos em frente na sociedade do conhecimento".
José Simões
É uma verdade, muda a palavra mas continua a mesma estrutura.
Para quando uma actualização no número de vagas para mestrados? Nitidamente hoje já não chega ter uma faculdade com dez mestrados de trinta pessoas cada, isto quando há mais de 150 candidatos para cada mestrado.
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