Nos últimos 33 anos a despesa pública, em percentagem do PIB, tem crescido de forma quase linear. Hoje já ultrapassamos a barreira dos 50%, o que representa um crescimento de mais de 72% em relação a 1977.
Se olharmos para o resto da Europa, encontramos nos países desenvolvidos taxas de despesa semelhantes ou até superiores e nos países menos desenvolvidos, mas com taxas de crescimento bem mais interessantes, taxas de despesa muito inferiores.
Somos portanto um paradoxo, despesa ao nível dos mais ricos, mas na realidade somos dos mais pobres.
As finanças públicas, tal como a maioria dos portugueses, vida muito para lá da sua capacidade financeira.
É óbvio que a despesa pública tem implicações no crescimento do PIB, pelo que sem esta despesa pública não teríamos tido as mesmas taxas de crescimento.
Acontece porém que esta despesa significa endividamento, pelo que entre as duas prefiro o modelo dos poupadinhos, que graças ao sector privado vão crescendo bem mais depressa que Portugal.
Dizem-me que cada vez que o número de países da CE aumenta, o nosso desafio se renova: chegar ao último lugar do pelotão. Com esta situação e não se vislumbrando uma inversão do caminho, penso que, lamentavelmente, não será difícil cumprir a profecia.
Jorge Serra
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