Mercado Puro
Tendências e Apetências
domingo, 8 de dezembro de 2013
Líder informal
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Português
http://idp.somosportugueses.com
Há cerca de duas décadas, o crescimento da internet e o intensificar do processo de globalização faziam crer que a língua inglesa iria constituir-se como idioma de utilização e alcance universais, reprimindo todas as demais.
É verdade que o inglês é cada vez mais o “denominador comum” na comunicação internacional, mas os mesmos processos de inovação tecnológica e de globalização, ajudados pela demografia, estão a intensificar o uso dos idiomas nativos, que acabam por ser agente de facilitação de relações e negócios.
Dos interfaces aos contratos, passando pelos média ou pelas artes, línguas como o português são cada vez mais importantes.
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 24 de Setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
Vulnerabilidades
terça-feira, 4 de setembro de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Títulos
Do que se lê e ouve, destaca-se uma conclusão quase unânime: em Portugal dá-se demasiada importância aos títulos académicos. Se é verdade que a ausência de uma licenciatura no currículo pessoal, parece colocar em causa a(s) competência(s), fará sentido desvalorizar tanto o curso superior?
Noutros países o título pode não ser tão importante, mas não deixa de atestar um percurso académico. E aí é que está o problema: um grau académico deve ser apenas uma validação de um percurso... académico. Nada mais do que isso.
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 18 de Julho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Discussões Privadas
Com os “grupos”, os conteúdos não ficam disponíveis para todos. A discussão é privada, o que tem algumas vantagens, mas toda a troca de informação fica escondida... e desperdiçada.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 21 de Junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Maus Ventos
Mesmo que não tenha as características de um “resgate” clássico, Espanha deverá necessitar de mais assistência em breve, associada a um plano de austeridade.
A economia portuguesa tem no seu vizinho o principal cliente (24% de todas as exportações). Se a procura interna cair em Espanha como aconteceu por cá, os efeitos em Portugal serão relevantes..
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 20 de Junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Nuestros Hermanos
Não há inocentes neste caso: bancos, governos, empresas e famílias, todos tentaram tirar partido do festim de dinheiro fresco e foi bom enquanto durou. Nos dois países, a crise de 2008 poderá ter precipitado os acontecimentos, mas apenas os antecipou.
Na Ibéria estamos todos juntos. Mais uma vez.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 15 de Junho de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
O Instagram, Pinterest e Path são mais sexy do que o Facebook por serem menos mainstream, mais orientados para o mobile, terem melhores apps e serem menos comerciais.
A questão é a sustentabilidade. Ao comprar o Instagram,o Facebook pode aprender a ter melhores apps (mais rápidas, mais kool,mais instintivas), mas não consegue nada do resto.
Tendência : os users a gostarem cada vez mais das opções menos comerciais, preferindo apps divertidas e instantâneas que maximizem a partilha em menos segundos e toques, escolhendo aplicações onde os amigos possam estar mas não estejam todos os demais.
A começar pelos pais.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Incompreensível
Como esperado, a Grécia terá de realizar nova consulta eleitoral após não ter sido possível formar governo com base nos resultados das últimas eleições. De acordo com as regras gregas, devem ser marcadas novas eleições em meados de Junho. Entretanto, a crise política grega acentua-se e o consenso é que o país está cada vez mais próximo da bancarrota e da saída do euro. As sondagens mostram que o partido SYRIZA, que ficou em segundo lugar no último escrutínio e que rejeita o resgate financeiro acordado com a troika, está bem colocado para vencer as eleições. É evidente que os gregos já não se revêem nos partidos e políticos que estiveram no poder nas últimas décadas, mas cerca de dois terços apoiam a manutenção do país no euro, conscientes das consequências de regressar ao dracma, mesmo que se esteja a falar de efeitos de longo prazo. A Grécia está geograficamente próxima de países com moeda própria, o que não os tem conduzido a um nível de vida superior ao seu. Turquia, Bulgária, Albânia, Roménia, Sérvia, Roménia e Hungria são alguns exemplos.
Podem argumentar-se questões de moralidade económica, mas o facto é que a Grécia só “cairá” se os países mais importantes da zona euro assim o entenderem. A economia grega representa cerca de 2.5% do PIB da zona euro e ainda menos da União Europeia. Portanto, pode dizer-se que, formalmente, serão os gregos a optar sair, mas tal só sucederá por reacção ao que tem sido imposto pelos países do centro. Se a Grécia sair, é porque terá sido “empurrada” pelos demais pois haveria a capacidade financeira de a resgatar. Ainda acreditamos que esse cenário é o mais racional.
É, para nós, incompreensível que os países do centro estejam a ponderar a hipótese da saída da Grécia. Se ela se vier a concretizar, gera-se um evento de altíssimo risco para o euro e para a própria União Europeia. Saído a Grécia, a pressão sobre Portugal, Espanha e Itália pode revelar-se insuportável e constituir o princípio do fim da União Europeia. Num cenário em que os gregos querem permanecer no euro e em que é do interesse da UEM (pelo menos) que a Grécia não saia, é difícil de perceber como se pode estar tão próximo de um desfecho contrário. Sabe-se que o euro (e uma Europa forte e unida) tem muitos inimigos: Estados Unidos, Grã-Bretanha e Rússia à cabeça, mas a decisão não cabe a estes protagonistas. E é fácil concluir que é do interesse dos periféricos manter a situação actual.
A única explicação histórica para uma eventual saída da Grécia será a vontade da Alemanha em abandonar o projecto europeu.
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Unit Licence Rights são patentes transformadas em acções que podem democratizar este sector. A ideia é que as patentes sejam comercializadas como unidades de acções para cada unidade de produção efectivamente transaccionada, e que o preço de utilização dessa ideia/inovação não seja fixo por alguém que limite o mercado, mas seja definido pelo próprio mercado numa lógica de procura e oferta.
Para breve.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Erro de casting
Nada é perpétuo
Em final de 2010 o BES emitiu obrigações perpétuas (sem data fixa de vencimento), que garantiam um juro anual de 8.5% nos cinco primeiros anos.
Um ano depois o BES aprovou a troca das obrigações por acções do banco, a 1.80 euros por acção, numa altura em que os títulos já cotavam abaixo de 1.30 euros – quem quisesse sair do investimento perderia quase 30%.
E talvez o devesse ter feito porque hoje as acções do BES cotam em torno de 60 cêntimos (mais direitos de subscrição) e os accionistas “à força”, que antes eram obrigacionistas, foram convidados a colocar mais dinheiro para participar num aumento de capital em Maio.
Quem sabe, sabe e o BES sabe. Sabe bem mais do que os seus clientes.
Filipe Garcia Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 26 de Abril de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Talento que brilha
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Matar o paciente com a cura
Há cada vez mais a percepção que a receita de austeridade e desalavancagem das economias europeias, por ser feita conjunto, não conduz a resultados positivos. O motivo reside no facto de a liquidez da economia real ser cada vez menor, provocando o abrandar do crescimento, desemprego e o encerramento de empresas economicamente viáveis.
Arrisca-se “matar o paciente com a cura”.
Portanto, parece provável que surja pressão política para que os bancos emprestem às empresas, sobretudo nas economias periféricas. Nesse sentido, é também de esperar uma flexibilização dos objectivos de consolidação orçamental e mesmo dos rácios de capital da banca
Filipe Garcia
Artigo publicado em 12 de Abril de 2012 no jornal Metro
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Economia "solidária"
sexta-feira, 30 de março de 2012
OPA, só às vezes...
Nos últimos meses aconteceram várias operações de alteração no controlo accionista de empresas cotadas em bolsa, nomeadamente na EDP, REN e BCP.
Aparentemente, outras podem concretizar-se em breve, provavelmente na ZON, GALP e CIMPOR. Em nenhum dos casos as cotações subiram significativamente, até porque as operações não deram origem a uma OPA, como seria de esperar, e pela qual estão a lutar alguns pequenos accionistas da EDP.
Compreende-se que o contexto financeiro actual seja bem mais delicado, mas fica a sensação que as leis de mercado (e o seu espírito) nem sempre merecem a mesma atenção, o que prejudica e afasta os pequenos investidores.
(P.S. - Após a elaboração deste texto dois accionistas da BRISA anunciaram OPA sobre as acções da empresa. Pode discutir-se o preço, mas a atitude está correcta. Notar que, neste caso, os accionistas em questão já detinham o controlo efectivo da BISA)
Filipe Garcia
quinta-feira, 29 de março de 2012
Não há dinheiro!
O problema é que as empresas, mesmo as mais activas, relatam enorme carência de liquidez, que as obriga a atrasar pagamentos, investimentos, contratações e, pior, a reduzir a actividade mesmo quando há procura.
O programa de ajustamento, necessário e virtuoso na generalidade, arrisca-se a falhar porque a liquidez não passa dos bancos para as empresas. É aqui que deve incidir a atenção dos políticos - portugueses e europeus.
Filipe Garcia
Publicado no jornal Metro em 29 de Março de 2012 (pág. 5)
sexta-feira, 23 de março de 2012
Shale Gas
O sucesso da extracção de gás que existe entre as placas de xisto nos Estados Unidos, conhecido por shale gas, está a levar a um interesse global sobre o tema. Desde que o shale gas começou a ter importância nos EUA, em 2008, os preços do gás natural caíram mais de 50%.
Esta semana soube-se que a China vai explorar as suas reservas, que se estimam serem as maiores do mundo, planeando produzir 6.5 mil milhões de metros cúbicos/ano a partir de 2015.
Na Europa, a Polónia está a iniciar a exploração, ainda que as reservas sejam apenas 10% do que se pensava. Em França os projectos estão parados devido a pressões ambientalistas.
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 23 de Março de 2012 (pág. 6)
quarta-feira, 21 de março de 2012
Maus Exemplos
Ao ouvir os tempos de antena dos partidos que se associaram à Greve Geral de amanhã, percebe-se que o objectivo da luta é fazer cair o governo, tendo em vista o não pagamento da dívida que Portugal constituiu ao longo de décadas.
Perante a situação actual, estes e outros políticos defendem o incumprimento. O exemplo que se dá o de não honrar compromissos, como se esse fosse um comportamento virtuoso. Com exemplos destes, como esperar que a sociedade, em especial os mais novos, se sintam motivados para o exercício da cidadania?
Honrar compromissos deveria ser incentivado e não o contrário.
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 21 de Março de 2012 (pág. 6)
domingo, 18 de março de 2012
Fusão
sexta-feira, 16 de março de 2012
QR Codes e publicidade
A edição de Março da Harvard Business Review tem 36 anúncios de página inteira, dos quais 33 têm uma referência a um sítio na internet. De destacar que 14 deles, ou 40% incluem um QR Code. Tanto a publicidade como a HBR podem ser consideradas como adoptantes iniciais (“early adopters”) e influenciadores de tendências (“trend setters”).
Os QR Codes são “código de barras” quadrados, nos quais se podem codificar endereços da internet, telefones, localizações, contactos ou SMS, que são lidos por telemóveis e podem ser suporte de comércio electrónico.
A sua utilização está a crescer. Veremos até que ponto se poderá transformar num padrão de comunicação..
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 16 de Março de 2012 (pág. 6)
quinta-feira, 15 de março de 2012
Fazer Acontecer
Tempo houve de diagnósticos; esgotaram-se já argumentos; é momento de agir. A verdade é que vai uma diferença colossal dos que apenas dão palpites aos que fazem acontecer: a ousadia de falhar.
Dêmos atenção aos protagonistas que estão a fazer acontecer a mudança, que semeiam ideias e palmilham novos caminhos pondo, com arte e engenho, projectos em marcha. Audazes e perseverantes empreendem a travessia, não se quedando pelo tradicional queixume.
Seria também útil retirar palco aos profissionais da treta que alvitram soluções sobre demasiados assuntos – pena que não façam acontecer…
Luís Ferreira, Exertus – Consultores
Publicado no jornal METRO de 15-Mar-2012.
sexta-feira, 9 de março de 2012
O país não está morto
Um representante de topo de um banco inglês que opera em Portugal dizia há dias que "o que ainda não fechou é porque está prestes a fechar", referindo-se às empresas. Também há menos de uma semana, a Economist traçava o pior dos cenários para o país, num artigo cheio de erros grosseiros. Está na moda falar mal de Portugal.
Felizmente, o país que tenho oportunidade de observar de perto não está como muitos o descrevem. Sujeitas a restrições, reconheça-se, vejo muitas empresas de sucesso, que inovam e melhoram diariamente.
Portugal não está morto, longe disso.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 9 de Março de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
Solução líquida
O BCE cedeu mais 530 mil milhões de euros aos bancos, durante três anos. A resposta europeia à crise está a ser monetária.
Até 2010 a reacção dos decisores foi de expansão fiscal (através dos orçamentos governamentais) e expansão monetária clássica (baixando as taxas de juro), mas a situação mudou. Contas públicas e contribuintes não permitem mais gastos, mais impostos e as taxas de juro já são baixas.
O “ímpeto keynesiano” concretiza-se agora através da injecção de dinheiro. A prioridade tem sido salvar o sistema bancário, mas a partir do segundo semestre, senão antes, o crédito concedido à economia deverá aumentar.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 1 de Março de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Tolerância zero
Não partilho da opinião da maioria das vozes de que, a tolerância de ponto no carnaval não fez sentido. Essas opiniões vão desde: ou porque, economicamente não fazem sentido; ou porque, fazendo sentido a decisão foi em cima da hora; ou ainda porque, é injusta uma vez que há muitas empresas do setor privado e publico, cujos Acordos Colectivos de Trabalho (ACT) não permitem abolir, unilateralmente, essa regalia.
Se ficássemos à espera da abolição unanime chegaríamos a 2013 ainda a discutir a questão, à boa maneira portuguesa. A prova de que a decisão foi acertada, vê-se na iniciativa dos Bancos de reverem o seu ACT.
Um bom sinal de que o que precisamos é começar a agir e a decidir de forma rápida, porque os mais resistentes acabam por se render à evidencia.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Brincar aos Vinhos
A visita à “Essência do Vinho”, no Porto, confirmou a suspeita: a estratégia da maioria dos produtores não se adequa ao mercado, sobretudo internacional.
Cada produtor apresenta no mínimo oito variedades. A quantidade produzida de cada uma é necessariamente reduzida e os vinhos são muito diferentes entre si, não se gerando um padrão reconhecível. Na maioria, nem sequer são excepcionalmente bons, o que poderia permitir a construção de um mercado premium (uma aposta difícil).
Quantidades baixas e dispersão alta impedem a entrada nos distribuidores internacionais ou a afirmação de uma marca mass. Por outro lado, as edições são limitadas, mas não são preciosidades. São apenas limitadas, tal como a estratégia.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 24 de Fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Destino Traçado
A Segurança Social é o organismo do Estado, que habitualmente deteta os primeiros sinais de dificuldade das empresas quando estas não cumprem as suas obrigações.
Como os interesses na proteção do emprego se sobrepõem, na maioria das vezes, à análise de viabilidade económica da empresa, o Estado dá paliativos, e os efeitos nefastos aparecem mais cedo ou mais tarde.
Mudando este paradigma, e com regras que impeçam alguns maus gestores de perdurarem à frente dos destinos dessas empresas, os credores sentirão maior confiança e poderão fazer parte da solução. Não me parece que a nova lei de insolvências dê passos nesse sentido.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Responsabilidade
Os principais bancos portugueses registaram prejuízos conjuntos de mais de mil milhões de euros relacionadas com reconhecimento de crédito malparado e, principalmente, com perdas nos investimentos em dívida grega.
É surpreendente que os responsáveis por essas decisões de investimento tentem “escapar entre os pingos da chuva”, como se não se tivesse tratado de uma decisão sem fundamento do ponto de vista da gestão de portfolio. Aceita-se uma aposta em obrigações gregas, mas não o montante alocado susceptível, como se verificou, de provocar resultados ruinosos.
Foi uma decisão incompreensível que levaria ao despedimento de um qualquer iniciado em gestão de carteiras.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 9 de Fevereiro de 2012
Ferir a Paz Social
Na comparação entre a situação de Portugal e a Grécia há duas diferenças que sobressaem. A primeira é que Portugal tem implementado as medidas da troika, indo até mais longe em alguns aspectos. A segunda é que, ao contrário da Grécia, a população está calma e não se vive na iminência de um caos social. Há um sentimento colectivo de sacrifício.
Mais do que “no bolso”, é nas medidas simbólicas que se pode perder a confiança das pessoas. Primeiro foi um conjunto de nomeações duvidosas e a criação de regimes de excepção para escapar à austeridade na função pública. Agora elimina-se um feriado, “em cima da hora”, porventura o único que até tem impacto económico positivo.
Cuidado.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 10 de Fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
“Aposto” que é Ponzi
A promessa recente de rentabilidade de 8% ao mês está a atrair o interesse de muitos particulares, que são seduzidos a aplicar as suas poupanças num gestor de apostas desportivas.
É evidente que as apostas podem ser rentáveis para alguns, mas a transformação num instrumento de investimento é altamente questionável quer em termos de resultados, quer em termos de enquadramento legal. Neste ponto, cabe ao regulador estar atento e actuar.
As semelhanças com outras promessas de retorno “certo”, como a compra de selos, “jogo da bolha”, Dona Branca ou Madoff é notória.
Por isso, “aposto que vai dar asneira”.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 1 de Fevereiro de 2012
Energias
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Noite e Álcool
Há uns anos atrás tive oportunidade de viver em Liverpool, onde aprendi uma nova forma de sair à noite. As pessoas bebem mais, mas nunca – jamais - conduzem. Saem todos de táxi, partilham táxis, vão a pé, mas nem sequer ponderam levar as suas viaturas.
Esses são os saltos culturais que precisamos de dar para evoluir. Acções concertadas como as que a PSP do Porto tem realizado nas últimas semanas durante a noite, se forem consistentes continuadas, acabam por mudar hábitos, sem condicionar os negócios
E é dessa forma que a sociedade evolui..
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Sobre os Feriados
Em 2012 o Brasil terá mais dois feriados do que no ano passado e ainda 3 “pontes”. Como se sabe, a situação em Portugal é a inversa. É mais um “sinal dos tempos”, mostrando que a dinâmica económica é diferente em várias partes do mundo, com reflexos na vida quotidiana.
Pode discutir-se até que ponto o Brasil não estará a “abusar da sorte” relativamente ao período que atravessa, mas acreditar que a redução de feriados resolverá problemas em Portugal significa miopia acerca dos indutores de competitividade.
Actualmente, os custos com a energia são o maior bloqueio à competitividade em grande parte das empresas. Não os salários, nem as férias ou os feriados.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 27 de Janeiro de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Com a verdade me enganas
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Choque de Competitividade
Têm sido tomadas medidas para melhorar a competitividade da economia. O foco tem estado no factor trabalho, cuja produtividade é relativamente baixa, num mercado caracterizado por vários elementos de rigidez.
Mas nada tem sido feito, pelo contrário, num dos pontos mais cruciais para a competitividade das empresas por ser um dos seus principais custos - a energia. Seja na electricidade ou nos combustíveis, tem sido a queixa mais frequente referida pelas empresas.
Os aumentos nas tarifas e no acesso à rede pulverizam o efeito na produtividade que se poderá obter com o fim de 3 ou 4 feriados. Isto para não falar nos custos de transporte, por terra ou por mar.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 20 de Janeiro de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Piratas Móveis
Vulnerabilidades na tecnologia das redes GSM, geridas pelas operadoras, estão a permitir que actividade de hackers provoque danos financeiros consideráveis.
O ataque mais comum passa por controlar os telefones das vítimas para efectuar chamadas, mensagens e a subscrever serviços de valor acrescentado, normalmente relacionados com empresas asiáticas, africanas ou do Leste europeu. Os utilizadores só se apercebem dos ataques quando recebem a conta.
Espera-se que este tipo de ataques se intensifique dado que, segundo os especialistas, a rede GSM é a parte mais vulnerável do ecossistema móvel.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 6 de Janeiro de 2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Postais de Natal
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Do It While You Can
Parece ser óbvio, e no entanto é onde gestores e empresários tantas vezes falham. Na vida pessoal como profissional "há sempre um tempo para cada coisa". Há um momento - por vezes pequeno - em que as condições se alinham para que determinado objectivo ou acção possa ser alcançado, concretizado, empreendido.
Depois de passar esse momento, pode ser extremamente complicado conseguir avançar com o processo desejado, atingir as metas antes planeadas, empreender a acção imaginada.
Saber o momento certo é uma arte que advém de um misto de experiência, dedução racional que decorre da avaliação da variáveis isoladas quando misturadas num momento no tempo e intuição.
A esta arte chama-se gestão.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Consumerismo vs Consumismo
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Reinventar
sábado, 10 de dezembro de 2011
Encomendas
Os grupos de Facebook são um recente formato que junta pessoas com os mesmos interesses num mesmo tema, seja futebol, roupa ou gadgets. Alguns são extemporâneos e voláteis, outros criam verdadeiras comunidades. São tendencialmente auto regulados pelas regras que a comunidade cria implicitamente, às quais se juntam as regras da sociedade onde são inseridas - no comportamento, na educação e nos costumes. Os administradores são normalmente coordenadores e dinamizadores, ou juizes em caso de problemas, mas raramente são eles a definir para onde o grupo realmente vai. Isso faz destas comunidades um bom exemplo do "The World is Flat" de Friedman, cada uma para clãs diferentes "We are all weird".
O grupo funciona numa base de partilha assente em níveis de reputação confiança individual dos seus membros. Tem-se assistido contudo a acções de shunting, lobbying e outros tipos de manobras de diversão para impactar a opinião do grupo no sentido positivo ou negativo, a partir de membros individuais, ou sub-grupos do mesmo.
As "encomendas" mais habituais são:
-> Elogiar alguém de forma indirecta mas pré acordada. A elogia indirectamente o trabalho de B de forma pública. C e D vêm imediatamente dar força aos pontos positivos, acrescentando links e outra informação. Tudo parece casual. Nem sempre é .... A comunidade deixa-se influenciar pelo consenso, que é uma das coisas mais perigosas da sociedade moderna.
--> A,B e C põem-se de acordo para prejudicar a imagem de D. A critica D, e B e C dão lhe força (logo ou depois de D responder). Atacam com moderação, para que a comunidade não sinta que D foi injusticiado.
--> A.B, C, D e E colocam regularmente informação uns dos outros, para aumentar as referências e melhorar a reputação no resto da comunidade. Este é o efeito que os locutores e gestores de programa televisiva já usavam há décadas, com convites cruzados que pareciam fazer acreditar que aqueles eram de facto os eleitos, seja para o que for.
Estes são apenas três entre muitos exemplos que convém conhecer, no mesmo escopo que o comportamento das pessoas num ambiente de grupo de trabalho. Sociologicamente é interessante e profissionalmente pode ser relevante.
sábado, 26 de novembro de 2011
Boas Vendas
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
agonia
Os centros comerciais não estão melhor, e alguns têm risco de ver corredores inteiros esvaziados em breve. Naturalmente, serão os centros mais bem preparados e com mais tráfego a assegurar a sustentabilidade. As crises sempre foram momentos de oportunidade …
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Pior do que parece
Aproveitar os pontos fortes
Ou seja, as empresas poderão chegar aos utilizadores de forma mais eficiente e mais barata através do Google+, o que ameaça o Facebook.
Falta saber a reacção dos utilizadores, que até agora têm mostrado pouco entusiasmo relativamente ao Google+.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 18 de Novembro de 2011
Hegemonia a pedido
A crise da dívida está a pressionar os europeus a aderir ao federalismo. Nunca a Alemanha teve tantas condições para conseguir, a pedido das outras nações, a hegemonia que não alcançou por outros métodos.
Países do centro e Bruxelas estão a pretender impor um modelo que poderá não seguir os trâmites democráticos que a tradição europeia exige. Por outro lado, reconheça-se que escolher o lento caminho democrático levará, com grande probabilidade, à desintegração do euro, da UEM e quiçá da UE.
Não é uma escolha fácil, mas 2012 deverá ser clarificador. Provavelmente, a opção escolhida pela generalidade dos países não será a da ratificação democrática.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 17 de Novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Diversificar
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
O joio e a floresta
Tempos difíceis exigem maior sentido crítico: saber separar o trigo do joio e não confundir a árvore com a floresta.
A este propósito parece-me perigoso – além de demagógico – o caminho que se vem seguindo de perseguição às remunerações mais elevadas. Se não percebermos que talento e criatividade são portas de saída da situação em que nos encontramos, jamais conseguiremos alicerçar um plano de sucesso.
Tal como é louvável corrigir oportunismos e injustiças, é fulcral premiar e distinguir o mérito, resistindo à tentação de cortar os picos para nivelar – não traz melhores resultados e inibe muitas soluções.
Luís Ferreira, Exertus - Consultores.
Publicado no jornal Metro em 10-Nov-2011
Bancos mais seguros?
A banca nacional pode necessitar de capitais do Estado, com eventual nacionalização a prazo, o que suscita a questão sobre a segurança dos depósitos.
Naturalmente, bancos mais capitalizados conferem mais segurança e não parece haver, ao nível da zona euro, abertura política a que os clientes possam perder depósitos, sob pena de uma corrida aos bancos que os responsáveis europeus tudo farão para evitar.
Existe um fundo de garantia que pretende “proteger” 100 mil euros por titular/conta e que mesmo que não tenha capacidade de fazer face a um desmoronar do sistema, pode servir de bitola a um auxílio aos depositantes no caso de um problema desse tipo.
Portanto, mais do que a propriedade ou o capital dos bancos, poderá ser mais relevante o montante por conta/banco.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 11 de Novembro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
EDP & Facebook
Lições :
2 - Pedir deculpa rapidamente e mostrar humildade genuína é o unico caminho.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
A Cultura e a Crise
Sim é importante. A Cultura contribui significativamente para o desenvolvimento do conhecimento e da criatividade de um País; para além de ser estratégica para o fortalecimento da Identidade Nacional.
Conhecimento e criatividade são fundamentais para a resolução da crise e, com a inevitabilidade de “Mais Europa”, a Identidade Nacional necessita do seu contributo.
Não sendo uma das funções fundamentais do Estado como a Justiça ou a Defesa, não deve ser grátis mas, como a Educação, “engenhosamente” colocada ao serviço do desenvolvimento.
António Jorge
Consultor e Docente Universitário
Publicado no Jornal Metro em 14Out11