quarta-feira, 30 de junho de 2010

O NOVO AEROPORTO

Há planos para a construção de um novo aeroporto de Lisboa com custos estimados de 4 mil milhões de Euros, descontando as habituais derrapagens financeiras das obras públicas. O país não tem dinheiro e há alternativa. A maioria das grandes cidades europeias tem aeroportos vocacionados para companhias “low cost” nos arredores. Estas representam 30% do tráfego da Portela. É esta a solução de baixo custo que Portugal precisa para o aeroporto de Lisboa e que resolve o “problema” da Portela para os próximos 30 anos.
Publicada no Jornal Metro de 30 de Junho de 2010
http://bit.ly/9f8GSc
Miguel Braga miguel.braga@gmail.com Administrador Rule of Thumb Ltd.

domingo, 27 de junho de 2010

Cidades Donut

A ideia de fundir várias cidades que fazem parte do mesmo pólo urbano, acarreta, para além da vantagem de notoriedade, o aumento de potencial de captação de investimentos.
No entanto, existe uma vantagem que hoje se torna mais relevante: é uma forma alternativa de se minorar o efeito Donut das cidades, em que o meio fica vazio e o anel ao seu redor preenchido, por vezes em excesso. Hoje, são periferias a ter espaço e capacidade para instalar grandes superfícies e complexos habitacionais que esvaziam o núcleos, descaracterizando as metrópoles.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Hoje vou fazer dinheiro


Sou proprietário de vastas terras nesta era medieval. A colheita está fraca e exagerarei nas despesas. Preciso fazer dinheiro. Mais impostos? Sim, mas já não chega. Quero algo a que ninguém consiga escapar.

Eureka! Vou cobrar portagens dentro da propriedade! Já recebo de quem vem de longe e aproveita para refrescar os cavalos aqui, mas agora taxarei os meus camponeses. Eles têm que passar de uma quinta para a outra, do poço para o estábulo, do palheiro para o meu palácio. 

Pagarão sempre que se mexerem, não interessa se não têm opção. Só não vou cobrar - para já - naquelas terras mais a Sul, as terras do Rei. Primeiro pagam a Norte, depois logo se verá.


Filipe Garcia
Publicado na página 13 do jornal Metro em 25 de Junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Europa é boa



Em breve aumentará a contestação ao projecto europeu. A Europa já tem os inimigos em Portugal, acantonados numa perspectiva datada do mundo, num saudosismo histórico serôdio. Mas é provável que as restrições financeiras, cuja responsabilidade será única e erradamente atribuída à Europa, constituam arma de arremesso para quem preferia estar miseravelmente isolado.

A Europa tem melhorado a nossa vida em dimensões que já nem damos conta. E a tolerância, liberdade, mobilidade, democracia, oportunidades, respeito e paz, não estando nos níveis ideais, são cada vez mais reforçados de geração em geração.

Não se deixem enganar: a Europa é boa para Portugal.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 18 de Junho de 2010



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Crescimento inteligente e sustentável

O desenvolvimento dinâmico e coeso do país implica regiões com modelos competitivos coerentes e exigentes - capazes de apoiar o relançamento internacional das economias regionais. Só será sustentável se abandonarmos a escala macrocéfala de Lisboa, ponderando criteriosamente, entre eficiência e coesão, os efeitos das políticas.
Os actores regionais, amorfos e dispersos, têm que inteligentemente se comprometerem neste desafio, para além do protesto ou reivindicação. Muito do futuro do País passa por aqui.
Artigo publicado no jornal "METRO" em 17-Jun-2010.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

16 de Junho - Debate - Tendências, o que vem aí?



Este é um evento que conta com a participação de três participantes do Mercado Puro.
Apareçam porque vai valer a pena!

Realiza-se no dia 16 de Junho, na EGP-UPBS ( Pólo dos Salazares), pelas 19 horas, o debate “Tendências: o que vem aí?”, uma discussão sobre tendências de mercado.

Para o evento foram convidados pela EGP-UPBS:

  • Filipe Garcia, Economista da IMF e analista de mercados financeiros
  • Pedro Barbosa, autor do livro “Speculations and Trends” e gestor na área do grande consumo
  • Francisco Parada, especialista em ambiente e sustentabilidade
  • Luís Meireles, especialista em infra-estruturas de transportes.

A entrada é livre.

sábado, 5 de junho de 2010

Crescer com oferta responsável

À semelhança do Estado, a maioria dos empresários está a aumentar o seu foco no aumento das receitas.
No passado, as empresas geravam receitas através da criação da procura, recorrendo a preços promocionais ou com descontos, abertura de novas lojas, e outras estratégias inerentes ao retalho para aumentar o volume de negócio.
Acontece porém que, não só a procura é mais difícil de gerar nos dias de hoje, como também as estratégias orientadas para volumes se tem revelado destrutiva de valor e criadora de riscos excessivos.
É nesta procura de um novo modelo de crescimento das receitas, que é necessário alavancar recursos inter-organizacionais para orientar os clientes a escolhas responsáveis, em troca de relações consolidadas.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sempre mais impostos!



Mais uma vez, os governos atacam o défice e a dívida pública sobretudo pela via da receita. É a fórmula "fácil", socializando-se ineficiências sem alterar a vida do Estado. Resulta numa economia menos sustentável e competitiva, em que os cidadãos são menos livres nas suas escolhas.

Curiosamente, as empresas mal geridas utilizam o mesmo princípio, necessariamente ao contrário. Em vez de desenhar estratégias que permitam melhorar, cortam nos custos indiscriminadamente. Sempre a via mais fácil.

Querendo ver uma oportunidade em cada crise, espero que seja possível repensar o papel do Estado.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 4 de Junho de 2010


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ser Primeiro

A Apple ultrapassou a Microsoft em capitalização bolsista tornando-se a maior empresa tecnológica do mundo. Isto pareceria impossível há uns anos, mas num mercado livre qualquer um pode ambicionar ser líder. O carismático Presidente da Apple Steve Jobs superou uma doença gravíssima e provou que para se ser o maior é preciso sonhar, arriscar, inovar, não ter medo de errar, não agradar a todos e, sobretudo, trabalhar muito. Que este feito inspire cada um de nós a dar o máximo e a sermos melhores de dia para dia. Publicado no Jornal Metro, 2 de Junho de 2010 http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20100602/1/11/ Miguel Braga miguel.braga@gmail.com Sócio Gerente Rule of Thumb Ltd

Mais dinheiro

As recentes medidas de austeridade anunciadas pelo executivo de José Sócrates retiram poder de compra a portugueses de todas as classes sociais, prejudicando, em particular os que têm mais acesso a liquidez.
No entanto, a permanência das economias europeias em estado de crise de liquidez mantém o juro a níveis historicamente baixos, e isso faz com que a maioria dos portugueses poupe muito dinheiro nos seus créditos à habitação, muito mais do que paga nos aumentos de impostos referidos. Para os que mantém emprego, a crise compensa e o poder de compra é maior.

terça-feira, 1 de junho de 2010

"Decoupling" à portugesa

A palavra "decoupling" tem sido utilizada nos últimos anos para descrever a capacidade de os países emergentes já não dependerem das economias ocidentais para crescer. Em termos mais genéricos, o "decoupling" refere-se à quebra da ligação entre uma variável dependente e a sua causa provável.

Em Portugal, a evolução positiva que se tem registado nos indicadores de confiança das empresas e no volume de produção da indústria contrasta com o pessimismo crescente das famílias. Estaremos perante um "decoupling" à portuguesa, em que a uma maior actividade empresarial não corresponde mais emprego e confiança das famílias? No longo prazo é pouco provável que os dois agregados possam caminhar de forma separada, mas é fácil compreender as diferenças actualmente observadas.

As famílias encontram-se pressionadas há vários meses, sensíveis às más notícias: economia anémica, desemprego em alta, medidas de consolidação orçamental (incluindo aumento de impostos), situação política instável e alguma desconfiança no sistema financeiro. As empresas não são imunes ao mesmo contexto, mas a sua veia exportadora tem-lhes permitido navegar por mares de maior optimismo, pelo menos por agora.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo publicado no Diário Económico em 1 de Junho de 2010 (pág. 14)